Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o descontentamento dos cidadãos cubanos, que exigiam o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica e alimentos.
Dezenas de moradores de Bayamo, no leste de Cuba, se manifestaram na madrugada deste sábado, 24 de maio, contra os apagões prolongados, que ultrapassam 20 horas por dia em grandes regiões do país. Esta foi a segunda noite de protestos por esse motivo nesta semana, de acordo com a mídia estatal.
A emissora de televisão local CNC TV Granma publicou neste sábado em suas redes sociais uma mensagem de Yanetsy Rodríguez, primeira secretária do Partido Comunista Cubano (PCC, único partido político autorizado pela ditadura de Castro) na província de Granma, na qual ela se refere às manifestações como “reivindicações” do povo.


No entanto, vídeos que circulam nas redes sociais demonstram o descontentamento dos cidadãos cubanos, que exigiam o restabelecimento do fornecimento de energia elétrica e alimentos, o que agrava ainda mais a situação já grave na ilha. Como resultado, este episódio se soma a manifestações semelhantes na cidade de Jabaquito (Granma), em áreas de Santiago de Cuba (leste) e na capital da província de Pinar del Río (extremo oeste).
🇨🇺‼️ | Tras 66 años de comunismo, los cubanos han vuelto a tomar las calles esta noche, hartos de una dictadura que ni siquiera puede garantizar luz, comida o medicinas a su propio pueblo. pic.twitter.com/azuoLu5v5Y
— UHN Plus (@UHN_Plus) May 24, 2025
Crise permanente
Cuba está atolada em uma crise energética há anos, que se agravou nos últimos meses devido à escassez de combustível — resultado da falta de moeda estrangeira para importar combustível — e a panes em suas obsoletas usinas termoelétricas de fabricação soviética, que sofrem com investimentos cronicamente insuficientes.
A taxa máxima de impacto atingiu mais de 57% da demanda em fevereiro deste ano, o que significa que mais da metade do país ficou simultaneamente sem energia devido à capacidade insuficiente de produção de eletricidade da ilha.
Essa crise energética também levou a quatro apagões nacionais nos últimos oito meses, dos quais a ilha levou dias para se recuperar, paralisando a vida econômica e social do país.
Apagões frequentes não só prejudicam a economia cubana — que contraiu 1,9% em 2023 e ainda está abaixo dos níveis de 2019 — mas também alimentam o descontentamento social.
Os cortes de energia são vistos por especialistas como catalisadores dos principais protestos contra a ditadura nos últimos anos, incluindo os de 11 de julho de 2021 — os maiores em décadas — em Havana e Nuevitas em agosto de 2022, e os de 17 de março do ano passado em Santiago de Cuba (leste) e outras localidades.
Com informações da EFE