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Depressão Pós-Eleitoral

Política é vocação. Participar do jogo político é para quem tem inclinação para as relações, quase sempre obscuras, que o caracterizam. No fundo, envolver-se com política é para aqueles que não sentem nojo do teatro de falsidades que a denota.

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Ainda assim, pessoas pacíficas e sinceras, que têm os conchavos palacianos como imorais, passaram a acreditar que havia um espaço para elas nos jogos de poder, estando aptas a participar diretamente dos seus processos de disputa.

Com as redes sociais dando voz a todos, acreditaram que suas opiniões, pela primeira vez, eram ouvidas. Sentiam-se não mais como meras testemunhas dos movimentos políticos, mas como seus direcionadores.
O tempo deixou claro, porém, que a participação popular no seio do poder não passou de uma ilusão. No fim das contas, prevaleceu a vontade da mesma elite de sempre. Apesar de uma empolgação temporária, o povo teve de aceitar que, em política, as coisas tendem a voltar ao seu padrão histórico, que, de fato, não conta com a sua participação.

Passado o efeito da ilusão, veio a depressão. Esse foi o grande mal que o deslumbre democrático deixou de legado. O número de pessoas tomadas pelo desalento e pela sensação de impotência, depois de verem seus anseios políticos frustrados, é gigantesco. Com o arrefecimento do fervor eleitoral, restaram desiludidas. Algumas acabaram profundamente abatidas e completamente desorientadas.

Essa depressão pós-eleitoral é um grande mal porque legou uma crise de sentido que tem afetado muitas pessoas. A sensação de injustiça e fraqueza lhes foi-lhes paralisante. Muitas perderam a
esperança e daí, para o desenvolvimento de algum tipo de doença psíquica é um passo.

Por isso, há alguns anos, não estimulo ninguém a mergulhar de cabeça no mar sombrio de política. Se não tiver vocação para a vida partidária e disposição para se enfronhar nos pérfidos corredores palacianos, aconselho a acompanhar tudo de uma distância saudável e com bastante parcimônia.

Se é para ajudar o seu país ─ penso eu ─ mais vale ser um bom pai de família e uma mãe dedicada do que um ativista iludido, fanatizado, impotente e deprimido.

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