Os últimos relatórios revelam que dos sessenta convidados — entre os quais figuram os mandatários dos 27 Estados-membros da União Europeia e dos 33 países da CELAC — apenas doze mandatários, seis vice-presidentes e 23 chanceleres participarão da cúpula.
O presidente colombiano, Gustavo Petro, terá que fazer ajustes no itinerário da IV Cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) e a União Europeia (UE), que ele organizou como líder pro tempore do bloco. Seu plano inicial para o encontro de 8 de novembro provavelmente será descartado, dado o crescente número de ausências à medida que as horas passam.
Relatórios recentes revelam que, dos sessenta líderes convidados — incluindo os chefes de Estado dos 27 Estados-membros da União Europeia e dos 33 países da CELAC — apenas doze presidentes, seis vice-presidentes e 23 ministros das Relações Exteriores participarão da cúpula. Entre eles está o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, juntamente com seu homólogo uruguaio, Yamadú Ori. O Uruguai, juntamente com Honduras e Colômbia, faz parte da troika da CELAC e, juntamente com o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, estará presente na cúpula em Santa Marta.
Os primeiros-ministros de Portugal, Luís Montenegro; da Finlândia, Petteri Orpo; dos Países Baixos, Dich Schoof; e da Croácia, Andrej Plenkovic, também confirmaram presença representando a Europa. Da mesma forma, os primeiros-ministros de Barbados, Mia Mottley; da Guiana, Mark Phillips; de Belize, John Briceño; e de São Cristóvão e Névis, Terrance Drew, estarão presentes, acrescentou o Ministério das Relações Exteriores em comunicado.
Ajustar-se para mascarar o fracasso é a única opção para o presidente que, na véspera do evento, enfrenta o declínio de sua posição como anfitrião. Nem Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia; nem o chanceler alemão Friedrich Merz; nem o presidente francês Emmanuel Macron; atravessarão oceanos para apoiá-lo após suas constantes críticas aos Estados Unidos.
A Europa está longe de Petro
Por trás do revés sofrido pelos países do bloco europeu e por alguns da região, reside uma realidade mais complexa. Embora a maioria tenha alegado uma “agenda lotada” para evitar uma visita ao país sul-americano, sua abstenção está relacionada às sanções financeiras e diplomáticas impostas pelos Estados Unidos contra autoridades e aliados do círculo de Petro.
Fortalecer os laços com um governo com o qual Washington endureceu suas políticas, por este não cumprir os compromissos internacionais de combater o narcotráfico e a insegurança regional, é um papel que poucos desejam desempenhar.
Além disso, o adiamento da Cúpula das Américas para 2026 é mais um reflexo das tensões existentes. Embora estivesse originalmente programada para dezembro na República Dominicana, a fragmentação política regional forçou o presidente Luis Abinader a adiar o evento devido a “profundas divergências que atualmente impedem um diálogo produtivo nas Américas”.
Petro tentou sabotar a reunião excluindo Cuba, Nicarágua e Venezuela. Sua homóloga mexicana, Claudia Sheinbaum, o apoiou. No entanto, a hostilidade e a pressão que ele próprio instigou acabaram por minar sua própria aliança multilateral.
A realidade do revés internacional
A retórica antiocidental de Petro afundou seu evento. O mesmo aconteceu com sua afinidade com países sancionados pelos Estados Unidos e suas constantes críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Essa mudança diplomática tem um preço: uma cúpula desoladora é um deles.
Se a intenção era reposicionar a Colômbia na Cúpula da CELAC como uma ponte entre a América Latina e a Europa, isso parece impossível dada a sua fragilidade internacional. Sua queda na lista de participantes confirmados já é perceptível. Isso era esperado, considerando a participação de representantes do regime chavista de Nicolás Maduro e a inclusão de um debate sobre o destacamento militar dos EUA no Caribe e o conflito na Faixa de Gaza.
