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China sob investigação criminal no Uruguai por escravidão de trabalhadores

A denúncia afirma que um grupo de 20 homens e três mulheres vive em “dormitórios em contêineres com acesso à entrada por meio de chapas metálicas com risco de queda”, “falta de proteção da fiação elétrica” e sem “refrigeradores para a conservação de alimentos”, enquanto outro grupo de 16 homens e uma mulher equatorianos tem “seis camas no mesmo quarto com um banheiro sem água quente, sem elementos de higiene, sem refeitório e sem depósito de lixo”.

A China está submetendo os trabalhadores de um anel de transmissão de 500 quilovolts no norte do Uruguai a condições extremas: sem acesso a água potável, amontoados em dormitórios sem ventilação, banheiros cheios de fezes, uma cozinha sem lixeiras e apenas pequenas rações de comida.

As condições deploráveis do projeto, que envolve um investimento de 191 milhões de dólares  para conectar os municípios de Tacuarembó, Salto e a cidade de Chamberlain, não são mais segredo. Hoje, essa forma de exploração está se tornando visível depois que uma queixa criminal foi apresentada contra a empresa asiática China Machinery Engineering Corporation (CMEC) perante a Procuradoria Geral da República em Montevidéu. O autor da ação é o Sindicato Único Nacional de Construcción y Anexos (Sunca).

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De acordo com o El Debate, o documento levanta a questão do trabalho forçado não apenas por causa dos riscos à integridade dos trabalhadores, o que violaria a Lei Uruguaia de Responsabilidade Penal Empresarial, mas também por causa da dependência sofrida por pelo menos 500 funcionários estrangeiros, em sua maioria chineses e equatorianos, que são contratados em condições deploráveis que “violam a dignidade humana”.

Irregularidades na pesquisa

A confusão jurídica da CMEC é séria, considerando que a reclamação se refere à morte em um acidente de trânsito do trabalhador Jun Sheng, de 53 anos, na Rota 5, no qual, além disso, outros três colegas ficaram gravemente feridos. Embora o sindicato tenha solicitado informações sobre as condições da unidade que os estava transportando e do motorista, a empresa chinesa ainda não respondeu à solicitação. Evadir-se ou manter silêncio será inútil, quando a Inspetoria Geral do Trabalho (Igtss) anunciou o fechamento de três unidades por falta de ambientes seguros para 80 membros da equipe.

De fato, a queixa apresentada especifica que um grupo de 20 homens e três mulheres vive em “dormitórios em contêineres com acesso à entrada por meio de chapas metálicas com risco de queda”, “falta de proteção da fiação elétrica” e sem “refrigeradores para a conservação de alimentos”, enquanto outro grupo de 16 homens e uma mulher equatorianos tem “seis camas no mesmo quarto com um banheiro sem água quente, sem elementos de higiene, sem refeitório e sem depósito de lixo”.

Além disso, em junho do ano passado, foi relatado que uma pessoa encarregada do projeto, que inclui o desenho, a construção e a manutenção de linhas ao longo de 365 quilômetros para melhorar o abastecimento em cidades do norte do Uruguai, chamada “Lu”, ordenou que os funcionários chineses devolvessem parte do bônus de Natal recebido no Natal.

Escravidão exposta

A escravidão laboral da China no exterior está acumulando evidências. Entre elas, a descoberta no Brasil há dois meses em uma nova fábrica da empresa automobilística BYD, onde 163 trabalhadores chineses ganhavam cerca de 70 dólares por turnos de dez horas.

Embora o valor fosse mais do que o dobro do salário mínimo chinês por hora em Pequim, isso envolvia dar o último suspiro em campo, entregar passaportes e aceitar o pagamento de seus salários em contas bancárias chinesas.

Essas cláusulas, que violavam tanto a legislação trabalhista brasileira quanto a chinesa, permitiam até mesmo que a empresa prorrogasse unilateralmente o contrato de trabalho por seis meses e impusesse multas de 200 yuans por comportamentos como xingar, discutir ou andar sem camisa pelo canteiro de obras ou pelas casas.

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