Washington “suspenderá a implementação das medidas adotadas em sua investigação sob a Seção 301 e direcionadas aos setores de transporte marítimo e logística da China”, que, por sua vez, fará o mesmo com as tarifas que aplicou em retaliação aos navios americanos.
Pequim, 30 de outubro (EFE) – A China e os Estados Unidos suspenderão por um ano as taxas portuárias que impunham um ao outro, anunciou o Ministério do Comércio do país asiático logo após a reunião realizada hoje na Coreia do Sul entre os presidentes dos dois países, Xi Jinping e Donald Trump.
O referido ministério declarou em um comunicado à imprensa que Washington “suspenderá a implementação das medidas adotadas em sua investigação sob a Seção 301 e direcionadas aos setores de transporte marítimo e logística da China”, que, por sua vez, fará o mesmo com as tarifas aplicadas em retaliação aos navios americanos.
Desde 14 de outubro, a China impôs uma tarifa portuária aos navios dos EUA, no mesmo dia em que Washington começou a aplicar taxas a embarcações de propriedade, registradas ou construídas pela China, como resultado de uma investigação sob a Seção 301 sobre os setores marítimo e de transporte do país asiático.
Após a aprovação das tarifas, o governo Trump argumentou que elas visavam impulsionar o “renascimento da indústria naval americana” e reduzir o que seu Gabinete do Representante Comercial considerava “uma perigosa dependência dos EUA em relação às transportadoras chinesas”.
Os impostos que serão eliminados após o acordo são de US$ 50 por tonelada líquida para navios chineses que entram em portos dos EUA e de US$ 56 para navios americanos que chegam a portos chineses.
Tanto representantes da indústria quanto analistas alertaram que essas taxas portuárias acabariam afetando os mercados e os setores de logística, aumentando os custos operacionais de transporte e causando mudanças de rotas ou reduções nos volumes de carga em um setor já pressionado pelo aumento dos custos de combustível e pela fragilidade do comércio global.
Segundo cálculos da Alphaliner, se a medida permanecer em vigor, as dez maiores empresas de transporte marítimo terão pago até US$ 3,2 bilhões em taxas nos EUA até 2026, sendo que a estatal chinesa Cosco será responsável por cerca de US$ 1,53 bilhão.
