Este pode ser o momento da reunificação da direita brasileira. O “tarifaço” havia gerado divisões e ataques internos que enfraqueceram a oposição. Com a perseguição aberta e intensificada contra Bolsonaro, é hora de fechar fileiras, fortalecer o bloco no Congresso e preparar 2026 com uma agenda unitária de luta.
No dia seguinte em que Luiz Inácio Lula da Silva comemorava a decisão de Donald Trump de suspender parcialmente as tarifas, a Polícia Federal, por ordem de Alexandre de Moraes, invadiu de madrugada a residência de Jair Bolsonaro, prendeu-o e levou-o para uma cela. O ex-presidente sofre há meses de soluços persistentes e incapacitantes, sequela da última cirurgia após a facada que levou em 2018, durante a campanha eleitoral.
Os governistas celebram ao mesmo tempo o alívio tarifário e a prisão de Bolsonaro. A oposição, por outro lado, denuncia um atropelo jurídico grotesco e os filhos do ex-presidente acusam diretamente Moraes de querer acabar com a vida do pai, o líder político mais popular da oposição brasileira.
É exatamente nesses momentos que se percebe como a sociedade brasileira é vítima de uma guerra híbrida promovida a partir do poder: para a população não é simples distinguir paz de conflito em meio a eventos simultâneos, gerando um estado permanente de confusão e incerteza.


Por que mandar prendê-lo justamente agora? O senador Flávio Bolsonaro havia convocado, na sexta-feira 21 de novembro, uma vigília de oração pela saúde do pai para a noite de sábado 22 de novembro, em frente ao condomínio onde ele cumpria prisão domiciliar. Horas depois, Moraes determinou a transferência imediata para uma cela comum.
Os grandes veículos de imprensa divulgaram um vídeo em que a tornozeleira eletrônica aparece danificada e, a partir dessa imagem, afirmaram que Bolsonaro tentava destruí-la para fugir. A defesa esclareceu que a história é falsa e, além disso, absurda: o condomínio do ex-presidente é vigiado 24 horas por dia pelas forças de segurança do Estado.
Enquanto escrevo, os principais líderes do Partido Liberal cancelam agendas regionais e correm para Brasília para definir uma resposta conjunta. Já se convocam vigílias e orações pela vida do ex-presidente e de sua família.
Resta ver como esse episódio afetará as negociações entre Washington e Brasília. Lembremos que a carta de Trump que impôs as tarifas apontava expressamente a perseguição desmedida contra Bolsonaro como motivo central. Com a mediação brasileira, os EUA deram um gesto de boa vontade ao desmontar parte das tarifas.
Lula e Moraes, no entanto, seguem o mesmo roteiro: diplomacia servil com os Estados Unidos e mão de ferro contra a oposição interna. É o mesmo libreto do chavismo: nunca enfrentam Washington de frente, mas esmagam sem piedade os adversários locais para manter seus interesses e o poder.
Este pode ser o momento da reunificação da direita brasileira. O “tarifaço” havia gerado divisões e ataques internos que enfraqueceram a oposição. Com a perseguição aberta e intensificada contra Bolsonaro, é hora de fechar fileiras, fortalecer o bloco no Congresso e preparar 2026 com uma agenda unitária de luta.
A via eleitoral segue aberta. Com uma oposição coesa em 2026, será possível impulsionar o impeachment de Alexandre de Moraes e outros magistrados, libertar os presos políticos, incluindo Jair Bolsonaro, e retomar o rumo da prosperidade com reformas profundas.
Neste momento não há incentivos nem liderança para uma ruptura armada. Ao contrário: há todos os incentivos para participar massivamente da política institucional e desmontar, passo a passo, as estruturas de perseguição antes de enfrentar o verdadeiro poder paralelo que hoje decide o destino do país: o crime organizado.