Gravações de áudio divulgadas pelo meio de comunicação espanhol The Objective revelam que o sogro de Pedro Sánchez era dono de estabelecimentos de prostituição em Madri e que a esposa do primeiro-ministro espanhol era responsável pelo escritório de contabilidade.
Uma nova polêmica envolve o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, e está relacionada à sua esposa, Begoña Gómez. Embora ela esteja sob investigação por supostos crimes de tráfico de influência, corrupção, apropriação indébita, intrusão e peculato, gravações de áudio surgiram recentemente ligando-a aos negócios sexuais de sua família, que supostamente incluem três saunas e um bordel, suposta extorsão com gravações e conexões políticas.
Begoña Gómez supostamente realizava tarefas contábeis para essas empresas, estabelecidas em Madri entre as décadas de 1980 e 1990, de acordo com gravações de áudio acessadas pelo The Objective . Seu pai, Sabiniano Gómez, operava, por meio de uma empresa chamada San Bernardo 36 SL, “vários locais de encontro gay e também pelo menos um clube de striptease de prostituição no Paseo de la Castellana”. O primeiro negócio a abrir teria sido a sauna “Adán”. No entanto, o aspecto mais obscuro era o que acontecia dentro das instalações.
A entrega deste material explosivo ao PSOE foi realizada pelo empresário Javier Pérez Dolset, atualmente indiciado por suposto desvio de verbas públicas. No entanto, isso não impediu Dolset de acessar arquivos criptografados pertencentes a José Manuel Villarejo, ex-comissário da Polícia Nacional. Ao fazê-lo, ele entregou ao partido político 177 pastas contendo gravações e documentos que obteve de Villarejo, incluindo gravações de áudio sobre a família política de Sánchez.
Filmando “personalidades influentes” em saunas
As gravações de áudio em que Vallejo é ouvido detalham que o sogro de Pedro Sánchez era dono de saunas onde se praticava prostituição. O ex-comissário da Polícia Nacional explicou o papel da esposa do presidente. “E até conversamos com aqueles que lhe prestaram assessoria contábil. Aqueles que fizeram suas declarações de imposto de renda e tudo mais… Droga, e o problema que ela tinha era como justificar a renda… Porque ela dizia ser assessora, mas na realidade estava cuidando das contas das saunas do pai e do tio”, explica. Além disso, segundo o site espanhol, “está claro que Begoña Gómez ‘não estava prestando um serviço’, mas sim ‘estava em uma empresa de propriedade do pai'”.
Mas isso não é tudo. A ironia fica evidente nestas gravações de áudio em que Vallejo zomba das promessas eleitorais feitas por Pedro Sánchez em 2016, durante a pré-campanha eleitoral. “Como esse homem ousa dizer um dia, 15 dias antes das eleições: ‘Vamos aprovar uma lei contra a prostituição e tudo o mais…’ E o sogro dele tem bordéis! Vamos lá, não me venha com essa! Você tem que ser um idiota!
Talvez o aspecto mais obscuro do caso seja outro uso de saunas para prejudicar pessoas importantes. De acordo com as gravações de áudio, o ex-comissário da Polícia Nacional, Enrique García Castaño, “explica detalhadamente como alguns círculos policiais recorreram no passado a saunas e clubes de sexo de Sabiniano Gómez, pai de Begoña Gómez, para gravar todo tipo de figuras influentes”.
Este novo escândalo pode prejudicar ainda mais a fraca imagem do presidente espanhol, que foi manchada pela investigação inicial sobre sua esposa; o caso contra seu irmão, David Sánchez, que enfrentará julgamento por suposto tráfico de influência e má conduta; e os relatos de seu envolvimento na queda de energia que deixou quase todo o país no escuro em abril passado.
Enquanto isso, Pedro Sánchez está há 42 dias sem responder às perguntas dos jornalistas. Consequentemente, não forneceu nenhuma explicação para os inúmeros escândalos que o cercam.