HUNTINGTON E O LEÃO
‘Ocidente’ são as nações criadas pela Igreja católica.
Essa é a definição histórica e civilizacionalmente correta, que inclui basicamente a Europa e suas extensões pelo mundo.
O termo ‘Ocidente’ surgiu quando Constantino/Diocleciano/Teodósio dividiram o Império Romano, a parte oeste do qual obviamente sucumbindo às invasões bárbaras e sendo restaurada pela Igreja de Roma com os pagãos cristianizados e tornando-se o Sacro Império Romano-Germânico. Esse processo criou a Europa e, mil anos depois, foi repetido na América Latina.
Mas, quando o Estado inglês decidiu saquear a Igreja Católica e fabricar sua própria igreja fake para usurpar a autoridade moral, gerando o germe totalitário do Estado moderno, também passou a criar seu próprio império para se substituir ao velho império católico. E emplacou essa ideia à base de quatro séculos de rotunda propaganda anticatólica e anti-ibérica que pretende basear o que chamam de “Ocidente” no tal “iluminismo” inglês: uma curriola de pensadores de terceira que não dariam para a saída com os filósofos da Patrística e da Escolástica — estes, sim, os verdadeiros pais fundadores do Ocidente.
Por isso até hoje o mundo de língua inglesa acha que o Ocidente seja os rebentos do Império Britânico, admitindo a contragosto a inclusão da Europa.


Mas os Estados Unidos (e as outras colônias britânicas) nunca foram uma experiência de construção de uma civilização (convencimento e conversão de povos pagãos a uma nova visão de mundo). Foram a construção de um Estado através do extermínio dos pagãos nativos e do mero transplante de populações que já eram ocidentais.
Os anglo-saxões foram muito bem sucedidos na mentira histórica que os identifica como “o Ocidente”, com o efeito colateral do complexo de culpa que gerou a atual esquerda woke e todo o veneno que infectou as sociedades ocidentais contra si mesmas
(o que, como tudo o que ocorre no Ocidente, chegou igualmente ao Brasil).
Isso transparece na divisão de Huntington, que se trai ao classificar todos os blocos civilizacionais com base em tradições religiosas.
Exceto o Ocidente, porque teria que reconhecer a verdadeira origem ocidental, mas, tendo perdido o fio da meada após séculos de falsificação, já não pode admiti-lo e tenta explicar o mundo sem conseguir entender nem a si mesmo.
Samuel Huntington é só mais uma besta quadrada de uma longa linhagem de umbigos-do-mundo anglo-saxões incapazes de enfrentar a ameaça consequente de sua visão de mundo tacanha baseada em uma mentira existencial.
No choque de civilizações, o “Ocidente” de Huntington permanecerá impotente diante da invasão islâmica, da índica, da sínica e de sua própria degeneração esquerdista enquanto não redescobrir sua origem e sua essência.
Daí a relevância central da progressiva conversão dos Estados Unidos em nação católica. E o advento de um Papa ao mesmo tempo americano e latinoamericano é um sinal dos tempos.
Artigo do Professor Luciano Villaschi Chibib.