Assim, o regime formaliza sua prática de fato com a empresa vietnamita AgriVMA, que recebeu 308 hectares para cultivar arroz em Pinar del Río no início do ano passado, mas acabou com 1.100 hectares plantados. Em Moscou, eles estão aguardando ansiosamente a sua vez. De acordo com Titov Boris, chefe do Comitê Empresarial Cuba-Rússia, o governo de Miguel Díaz-Canel está oferecendo às empresas russas “tratamento preferencial” por 30 anos.
As terras do Estado cubano serão transferidas das mãos dos agricultores da ilha para empresas e indivíduos estrangeiros com residência permanente no país. Esse é o plano da ditadura castrista com a Lei de Propriedade, Posse e Uso da Terra, que seus apoiadores estão discutindo na Assembleia Nacional e cuja aprovação está prevista para dezembro.
A discriminação contra os produtores nacionais, que sofrem com a falta de incentivos, obstáculos burocráticos e apreensões arbitrárias, é um fato, considerando que as pessoas jurídicas privadas cubanas não poderão solicitar nem mesmo um hectare de terra ociosa como usufruto, de acordo com El Toque.
Assim, o regime formaliza sua prática de fato com a empresa vietnamita AgriVMA, que recebeu 308 hectares para cultivar arroz em Pinar del Río no início do ano passado, mas acabou com 1.100 hectares plantados. Em Moscou, eles estão aguardando ansiosamente a sua vez. De acordo com Titov Boris, chefe do Comitê Empresarial Cuba-Rússia, o governo de Miguel Díaz-Canel está oferecendo às empresas russas “tratamento preferencial” por 30 anos.
Crise com culpados
O regime parece estar tentando reverter a profunda crise que gerou no setor agrícola, considerando que a produção de arroz, alimento básico na dieta cubana, caiu para 80.000 toneladas em 2024, um número que representa apenas 11% do consumo nacional. Isso é menos de um terço do que foi produzido em 2018.
No entanto, essa medida do castrismo não tem garantia de sucesso, dadas as dificuldades enfrentadas pela produção agrícola na ilha devido à falta de insumos, combustível e financiamento. Sua Lei de Soberania Alimentar, aprovada em 2022, é um fracasso. Três anos após sua aprovação, a ilha importa 80% dos alimentos que consome.
A liderança comunista é a única responsável por essa dependência. “Muitos agricultores foram proibidos de trazer maquinário, como tratores e motocicletas. Os obstáculos são tantos, e a corrupção nas instituições agrícolas é tão grande, que mencionar todos eles seria um golpe. O problema não são os camponeses”, diz o fazendeiro Samuel Rodríguez, lembrando que importou máquinas para trabalhar em sua fazenda e, ao chegar a Cuba, elas foram confiscadas nos armazéns da Berroa.
Rebaixado e ameaçado
Os camponeses cubanos já sabem que estão relegados e ameaçados em meio à discussão sobre o futuro das terras controladas pela ditadura cubana. Eles conhecem o comportamento do regime há uma década, quando este os persuadiu a entregar suas terras diante da participação da empresa brasileira Odebrecht na administração da usina de açúcar 5 de Septiembre, localizada em Cienfuegos.
Esse é agora apenas mais um capítulo da corrupção da multinacional, que prometeu investir US$ 60 milhões para restaurar a produção de cana-de-açúcar em 2014, que havia caído de 8 para 1,4 toneladas. “A falta de pagamento do cliente por dois anos levou à sua retirada do país, mas essa versão não tem credibilidade.
Os produtores da ilha acreditam que tudo fazia parte de um acordo de fachada entre a ditadura e a empresa para expropriar suas terras. Usando o mesmo método, a Mercasa SURL denuncia a revogação de seu contrato como usufrutuária do terreno na cidade de Las Tunas que permitiu a revitalização dos mercados de Bonachea e Mambí.
A Segurança do Estado — por meio de funcionários do Ministério da Agricultura — além de negar às MPMEs o acesso à terra, está intensificando sua revisão das terras em usufruto. Mais de 9.600 acordos assinados foram rescindidos após o exercício de revisão realizado em 2024.