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A Cúpula Dourada de Trump define a agenda militar para aliados e rivais dos EUA

Enquanto o Canadá anunciou sua intenção de aderir à iniciativa da Casa Branca, a China expressou “profunda preocupação” e a Rússia manifestou sua necessidade de desenvolver projetos semelhantes. Em três anos, esse sistema de defesa terá a capacidade de interceptar mísseis, mesmo que sejam lançados do outro lado do mundo ou do espaço.

O presidente dos EUA, Donald Trump, avaliou o custo da “Cúpula Dourada” em US$ 175 bilhões e estimou que ela estará pronta em três anos, ou seja, antes do final de seu mandato, completando assim o projeto de defesa espacial idealizado pelo presidente Ronald Reagan na década de 1980. No entanto, o anúncio gerou reações em todo o mundo, especialmente do regime comunista chinês, diante da possibilidade de seu maior rival geopolítico poder se defender do espaço.

A China expressou sua “profunda preocupação” e pediu aos EUA que “abandonem esse sistema e, em vez disso, tomem medidas para aumentar a confiança com os principais países do mundo para garantir a estabilidade”, disse Mao Ning, porta-voz de relações exteriores do regime de Xi Jinping. A iniciativa do presidente republicano também aumenta as tensões porque a China está buscando seus próprios desenvolvimentos espaciais.

Trump disse que “o ‘Gold Dome’ integrará interceptores espaciais de última geração com os recursos de defesa antimísseis existentes, provavelmente incluindo as baterias de defesa antimísseis balísticos Terminal High Altitude Area Defence”. Em outras palavras, em três anos, os EUA terão a capacidade de interceptar mísseis, mesmo que eles sejam lançados da metade do mundo ou do espaço. “E teremos o melhor sistema já construído”, acrescentou.

Hipocrisia chinesa nos avanços militares

O futuro sistema de defesa anunciado por Trump “aumentará o risco de uma corrida armamentista”, segundo o regime chinês. Mas Pequim não menciona seus próprios desenvolvimentos espaciais. Por exemplo, meses atrás ele marcou a data para uma estação espacial solar capaz de receber energia do espaço e convertê-la em eletricidade. Isso abriu a possibilidade de que, com tal fonte de energia — disponível 24 horas por dia, 365 dias por ano — o gigante asiático poderia tentar monopolizá-la para seu próprio benefício.

Em termos de desenvolvimento em terra, estima-se que a China tenha 1.500 ogivas nucleares até 2035. A avaliação do Pentágono teve que ser revisada porque projeções anteriores apontavam para 1.000 ogivas nucleares até 2030. Isso significa que o principal inimigo dos EUA está se aproximando de atingir seu estoque de 3.750 ogivas.

Nesse sentido, em setembro do ano passado, o regime comunista lançou um míssil balístico intercontinental sobre as águas do Oceano Pacífico. Estimou-se que era o modelo DF-41 capaz de percorrer 15.000 quilômetros. É muito maior do que os 11.671 quilômetros que separam Pequim de Washington.

Sistemas de defesa antimísseis nos céus do mundo todo

O anúncio do “Golden Dome” também chamou a atenção da Rússia, que citou a necessidade de “retomar contatos sobre questões de estabilidade estratégica”. Ao mesmo tempo, estão sendo feitas comparações entre o novo sistema de defesa e o Domo de Ferro de Israel. A diferença é que este último está focado em defender um território menor com capacidades militares. A versão americana, por outro lado, será capaz de interceptar mísseis intercontinentais com ogivas nucleares.

O Canadá informou que está negociando sua inclusão na proteção do futuro “Golden Dome”, enquanto a Grécia também está desenvolvendo um sistema de defesa antimísseis. Outros países europeus têm seu próprio programa chamado Iniciativa Escudo Celeste Europeu, uma ideia que surgiu com a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

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