Milhares de ativistas da Geração Z foram às ruas para protestar contra a proibição do governo de 26 plataformas de mídia social não registradas, incluindo Facebook, Instagram e X. Os manifestantes, que carregavam faixas condenando a corrupção, chamaram o bloqueio de “um ataque direto à liberdade de expressão”.
Catmandu, 8 de setembro (EFE) – Pelo menos treze pessoas morreram na segunda-feira em Catmandu durante confrontos entre manifestantes e forças de segurança durante protestos liderados por milhares de jovens da Geração Z contra a corrupção e a proibição das redes sociais no Nepal.
Dois manifestantes morreram no Hospital Civil de Baneshwar, informou à EFE o diretor executivo do hospital, Mohan Chandra Regmi. As demais mortes foram registradas em vários centros médicos da capital, onde foram internados após um aumento na violência durante os protestos contra as forças de segurança.


Fontes hospitalares alertaram que o número de mortos pode aumentar, com quase quatro dúzias de manifestantes internados em vários hospitais, muitos deles em estado crítico, com ferimentos graves de bala na cabeça e no peito.
Conflitos eclodiram na área de New Baneshwar quando manifestantes derrubaram barreiras policiais que os impediam de marchar em direção ao prédio do Parlamento.
Alguns deles conseguiram até mesmo ter acesso às dependências do parlamento, o que provocou uma resposta policial, que usou canhões de água, gás lacrimogêneo e até munição real para dispersar a multidão.
O Escritório de Administração do Distrito de Kathmandu anunciou um toque de recolher em várias áreas da capital, das 12h30 às 22h, horário local (06h45-16h15 GMT), após a intensificação dos protestos.
Milhares de ativistas da Geração Z foram às ruas para protestar contra a proibição do governo de 26 plataformas de mídia social não registradas, incluindo Facebook, Instagram e X. Os manifestantes, que carregavam faixas condenando a corrupção, chamaram o bloqueio de “um ataque direto à liberdade de expressão”.
9 youth died in the Gen_Z protest in Nepal against socialist government ban on 26 social media apps including Facebook, youtube and @X .
— Tulsi For President (@TulsiPotus) September 8, 2025
Youths demand complete change of leadership in the country most deaths are due to police firing. #Nepal #genznepal #genzie pic.twitter.com/XEuh6yk8ts
Os protestos foram apelidados de protestos da “Geração Z” porque são liderados por milhares de jovens nepaleses com idades entre 15 e 28 anos, que usam as mídias sociais como seu principal canal para se organizar e criticar o governo.
O gatilho para os protestos foi a decisão do governo de ordenar à Autoridade de Telecomunicações que bloqueasse o acesso a todas as plataformas que não se registrassem junto às autoridades locais, conforme exigido por uma nova diretiva.
Durante dias, os jovens protestaram online sob as hashtags “#NepoKid” e “#NepoBabies” para denunciar uma cultura de nepotismo e clientelismo na qual, dizem eles, oportunidades de emprego e políticas são herdadas e não conquistadas por mérito.
Esta não é a primeira vez que o Nepal entra em conflito com as grandes empresas de tecnologia. Em novembro de 2023, o país baniu o TikTok por seu “impacto negativo na sociedade”, mas suspendeu a proibição nove meses depois, quando a empresa chinesa concluiu seu registro oficial, estabelecendo um precedente para a regulamentação atual.