O primeiro a votar será Alexandre de Moraes, juiz de instrução do caso. Conhecido por sua crueldade e sancionado pelo governo Trump por promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, ele já insinuou na abertura do julgamento que proporá uma pena severa.

O julgamento oral do ex-presidente Jair Bolsonaro entra em sua reta final nesta terça-feira, quando os cinco ministros que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começarão a apresentar seus votos.

O tribunal agendou sessões diárias até sexta-feira para concluir os procedimentos contra o ex-presidente e sete de seus ex-associados, acusados ​​de tentar um golpe em 2022.

A fase final começou na semana passada com os argumentos orais da acusação, que pediu a condenação, e da defesa dos réus, que alegou falta de provas e solicitou a absolvição de seus clientes.

Falarão agora os cinco juízes da Primeira Câmara, entre eles Cristiano Zanin , ex-advogado pessoal de Lula, e Flávio Dino, ex-ministro da Justiça do líder do Partido dos Trabalhadores.

O primeiro a votar será Alexandre de Moraes, juiz de instrução do caso. Conhecido por sua crueldade e sancionado pelo governo Trump por promover uma “caça às bruxas” contra Bolsonaro, ele já insinuou na abertura do julgamento que proporá uma pena severa.

Moraes então sustentou que o governo buscava impor “uma verdadeira ditadura” no Brasil ao tentar anular as eleições de 2022, decretar medidas excepcionais e estender o mandato de Bolsonaro por meio do uso da força.

Bolsonaro é acusado de cinco crimes contra a ordem democrática, pelos quais pode pegar até 40 anos de prisão.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, Bolsonaro era o “líder” do complô, editando minutas de decretos para reverter sua derrota eleitoral e até mesmo endossando um suposto plano para assassinar Lula e outras autoridades.

De acordo com o que seus advogados revelaram na semana passada, o ex-presidente de 70 anos planeja ouvir o veredicto em sua casa por motivos de saúde, em Brasília, onde cumpre prisão domiciliar após ter violado algumas medidas cautelares impostas pelo tribunal.

Na sequência de De Moraes, votarão Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia Antunes e Cristiano Zanin, cabendo a este último a divulgação dos resultados.

Há enorme expectativa em torno da apresentação de Fux, visto que ele já questionou alguns argumentos de Moraes em casos relacionados ao dia 8 de janeiro de 2023.

Os cinco juízes no tribunal devem então discutir a sentença de cada réu.

Em caso de condenação, que exige maioria de pelo menos três votos, a prisão não será automática, pois ainda é possível recorrer.

No entanto, existe também a possibilidade de um dos juízes solicitar mais tempo para analisar o caso. Nesse caso, o julgamento seria suspenso por no máximo 90 dias, retomando no início de dezembro.

Com informações da EFE