A medida impacta diretamente os contratos de aluguel e manutenção de aeronaves, com custos adicionais estimados em quase US$ 115 milhões anuais para o setor, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Aviação (ABEAR).
O aumento sem precedentes de nove vezes no chamado Imposto sobre Transações Financeira, que passou de 0,38% para 3,5% e afeta todas as transações em moeda estrangeira, recebeu duras críticas da Associação Brasileira das Empresas de Aviação (ABEAR). O aumento foi decretado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva no início do mês, revogado por dois terços do Parlamento e restabelecido — em decisão de legitimidade duvidosa pouco antes do recesso legislativo — pelo Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive retroativamente.
O aumento, especialmente para remessas do exterior, pode afetar o custo das passagens aéreas no Brasil. Segundo a ABEAR, a medida impacta diretamente os contratos de aluguel e manutenção de aeronaves, com custos adicionais estimados em quase US$ 115 milhões anuais para o setor.


De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Aviação, o imposto aumenta em até nove vezes os custos das empresas com contratos de aluguel de aeronaves, serviços de manutenção e outros pagamentos internacionais. Como os contratos de leasing são celebrados fora do Brasil, o imposto afeta diretamente a renovação e a manutenção da frota das companhias aéreas nacionais, as possibilidades de adição de aeronaves e motores e outros gastos com fornecedores estrangeiros. Essas operações fazem parte do cotidiano do setor de aviação e são essenciais para inspeções e renovação da frota nacional, uma vez que as companhias aéreas não podem fazer leasing no Brasil.
A entidade estima que o custo adicional decorrente da medida seja equivalente ao aluguel anual de 25 aeronaves de médio porte, 40 E-Jets da Embraer ou mesmo 10 aeronaves de longo alcance. O aumento dos custos poderá resultar na redução da disponibilidade de voos, no inevitável aumento das tarifas e na perda de competitividade em relação às empresas estrangeiras, que não estão sujeitas à mesma tributação. Na esfera aeronáutica brasileira, 60% dos custos estão atrelados ao dólar.
Este artigo foi publicado originalmente em Airline92.com