Nos últimos dias, aumentaram os rumores sobre a possível confirmação da sentença pela mais alta corte. Nesse caso, em vez de uma candidatura, ela teria que negociar sua prisão domiciliar.

O kirchnerismo passou do fervor pelo retorno político da “chefe” à ansiedade por uma condenação final praticamente iminente. A ex-presidente Cristina Fernández de Kirchner já havia sido considerada culpada pela Segunda Vara Federal Oral no caso Vialidad, relacionado à má gestão de recursos públicos. Isso aconteceu em dezembro de 2022, data em que CFK pôde ser oficialmente descrita como “condenada” e “corrupta”.

Então veio a confirmação do Tribunal de Cassação. Agora, na audiência final, a Suprema Corte rejeitou um pedido de recusa feito pela defesa de Kirchner, deixando claro que uma decisão era iminente. Vale lembrar que, com a rejeição do partido peronista à proposta de “ficha limpa” no Senado, CFK poderia permanecer como candidata até a decisão da mais alta corte.

Nesta segunda-feira, a ex-presidente concedeu uma entrevista à C5N , onde confirmou que seria candidata à terceira seção eleitoral da província de Buenos Aires em setembro. Ela também aproveitou a oportunidade para reiterar sua posição sobre sistemas de justiça corruptos e as tentativas de expulsá-la do cargo.

Nas últimas horas, ganharam força os rumores sobre a decisão da Suprema Corte de emitir uma sentença nos próximos dias. Nesta sexta-feira, Eduardo Feinmann afirmou que a mais alta corte agora seria “unânime” em manter a condenação de CFK. Se isso acontecer, Kirchner poderá ser automaticamente detida e terá que mudar sua agenda estratégica de curto prazo: de uma campanha eleitoral para um pedido de prisão domiciliar, que ela poderá eventualmente obter, já que tem mais de 70 anos.

O líder piquetero, Juan Grabois, já havia confirmado esta semana que havia “rumores” sobre a possível prisão de Cristina Kirchner e, por isso, pediu estado de “alerta” e “mobilização” entre seus apoiadores. Grabois foi um dos poucos líderes políticos que a apoiaram durante suas audiências no tribunal, onde a ex-presidente se declarou consistentemente uma vítima política, vítima de uma tentativa de proscrição.

Os pedidos de eleições diminuíram após dezembro de 2023, quando a Frente de Todos deixou o governo. A coalizão fracassada liderada por Alberto Fernández só conseguiu ajudar a então vice-presidente a ultrapassar a barreira dos 70 anos, permitindo-lhe trocar a prisão por uma de suas luxuosas casas em Buenos Aires ou El Calafate, em Santa Cruz.

Haverá uma candidatura e uma campanha na província de Buenos Aires, ou haverá uma condenação final e a tão esperada foto da ex-presidente algemada? A pergunta poderá ser respondida nos próximos dias ou horas.