A decisão foi anunciada na reunião anual da OMS em Genebra pelo vice-primeiro-ministro chinês Liu Guizhong, que enfatizou que a contribuição da China visa permitir que a agência “exerça seu mandato de forma independente, profissional e guiada por princípios científicos”.
Genebra, 20 de maio (EFE) – O governo chinês anunciou nesta terça-feira uma contribuição adicional de US$ 500 milhões nos próximos cinco anos para a Organização Mundial da Saúde (OMS), que sofre uma grave crise financeira após a saída dos Estados Unidos, seu maior contribuinte até agora.
A decisão foi anunciada na reunião anual da OMS em Genebra pelo vice-primeiro-ministro chinês Liu Guizhong, que enfatizou que a contribuição da China permitiria à agência “exercer seu mandato de forma independente, profissional e guiada por princípios científicos”.
No biênio 2024-2025, a contribuição dos Estados Unidos ultrapassou US$ 700 milhões, mais de 10% do orçamento geral da OMS, enquanto a contribuição da China foi de cerca de US$ 200 milhões, de acordo com dados da OMS.


Liu afirmou em seu discurso que o mundo “está enfrentando o impacto do unilateralismo”, que também “representa desafios para a saúde global”, mas afirmou que, diante disso, a política multilateral “é o caminho para enfrentar as dificuldades e os desafios do mundo”.
Nesse sentido, o vice-primeiro-ministro saudou a adoção, nesta terça-feira, pelos membros da OMS, do tratado de preparação para futuras pandemias e defendeu as ações adotadas pelo país para combater a COVID-19, cujos primeiros casos foram detectados na China no final de 2019.
“A China foi responsável e construtiva, inclusive em relação à COVID-19, e o tempo mostrou que era inútil criticar nosso país e a OMS”, disse Liu.
Apesar da retirada dos EUA da organização, o secretário de Saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., discursou na mesma sessão plenária da assembleia da OMS, acusando a agência de se curvar aos interesses da China.
“A OMS não apenas cedeu à pressão política da China, mas também falhou em manter uma organização transparente e governada de forma justa”, disse Kennedy em uma mensagem de vídeo transmitida durante a assembleia.