O Ministério do Comércio da China enfatizou em um comunicado que os EUA deveriam “corrigir suas medidas tarifárias unilaterais equivocadas” e ressaltou que, se não o fizerem, “demonstrarão total falta de sinceridade e prejudicarão ainda mais a confiança mútua entre os dois lados”.

Pequim, 2 de maio (EFE) – O governo chinês afirmou nesta sexta-feira que está “avaliando” a possibilidade de iniciar negociações comerciais com os Estados Unidos, na primeira declaração desse tipo desde que o presidente americano Donald Trump aumentou as tarifas sobre as importações do gigante asiático.

“Recentemente, os EUA expressaram repetidamente sua disposição de iniciar negociações com a China por meio dos canais relevantes. A China está atualmente avaliando a situação”, afirmou o Ministério do Comércio chinês em um comunicado.

“A posição da China sempre foi consistente: se tivermos que lutar, lutaremos até o fim; se tivermos que conversar, a porta está aberta”, acrescentou o comunicado oficial.

O Ministério do Comércio também enfatizou que, diante de um possível diálogo ou negociações, os EUA devem “corrigir suas medidas tarifárias unilaterais errôneas” e ressaltou que não fazê-lo “demonstrará uma completa falta de sinceridade e prejudicará ainda mais a confiança mútua entre as duas partes”.

“Dizer uma coisa e fazer outra, ou mesmo tentar usar negociações como pretexto para coerção e chantagem, não funcionará com a China”, disse o comunicado.

Essas declarações ocorrem apenas dois dias após Trump afirmar que a China está sendo “duramente atingida” pelas tarifas que ele impôs.

“Em algum momento, espero que cheguemos a um acordo com a China. Estamos conversando”, afirmou o presidente republicano na quarta-feira, insistindo há semanas que os Estados Unidos estão mantendo conversas diretas com a China para resolver a questão tarifária, algo que Pequim tem negado repetidamente.

Desde que Trump intensificou a guerra comercial no início de abril, os Estados Unidos impuseram tarifas de 145% sobre produtos chineses , e o gigante asiático respondeu com taxas de até 125% sobre as importações americanas.