Dom Quixote de Cervantes deixou de ser um personagem de um clássico e foi elevado à figura de uma espécie de “folclore global”. Comumente é conhecido como um personagem louco, que de tanto ler novelas de cavalaria acabou criando um universo paralelo, uma fantasia, com donzela a defender, gigantes para vencer e até um arqui-inimigo feiticeiro, o Frestão.
Mas lutar contra vilões imaginários não é privilégio de herói — por mais louco, corajoso — da literatura, é característica comportamental e cognitiva dos progressistas, quixotescos de carteirinha, que lutam contra inimigos imaginários com toda a covardia. Seus Frestões são vários, seus moinhos de vento — gigantes — estão por toda parte: na religião, na moral, na família tradicional, na heteronormatividade, na agricultura, na educação, na economia, nos sacerdotes, filósofos, poetas, historiadores, juízes e tudo que os cercam.
De Sanchos Panças também estamos fartos: pessoas com algum discernimento da realidade, mas que, por devoção aos “heróis”, acabam entrando na fantasia e fazendo força nesse cabo de guerra da loucura e da histeria.
O processo de domquixotelização dos frágeis progressistas foi semelhante a do personagem de Cervantes, leram muitas “novelas marxistas” — ao invés de cavalaria — e enlouqueceram de vez. Deveriam apresenta-se ao mundo não como Messias que redimirão a Terra, mas como no primeiro verso na música Dom Quixote dos Engenheiros do Hawaii: “Muito prazer, meu nome é otário!”
Crescer dói mas vale à pena. Sair da ilusão e encarar a realidade é processo doloroso, daí a necessidade de muitos se apegarem a ela.
Excelente.
Sim otários a bastante tempo, de desde 1848, quando O Capital, de Carl Marx, foi publicado. Daí para frente o engodo e a domesticação, lavagem cerebral e desinformação, fizeram a cabeça daqueles que pensam estar lutando por uma causa nobre. São soldadinhos de interesses escusos dos que produzem o que eles comem, vestem, usam, enfim, saciam os seus desejos.
Nem se dão conta disso.
O REGRESSISMO, nome correto do mentiroso progressismo, é uma farsa.
Ótimo texto
Que analogia sensacional! Explica muito bem uma boa parte dessa loucura que habita a cabeça desses socialistas. Parabéns Anderson C. Sandes.
Obrigado, Robson